2020 veio descarregar sobre nós, profissionais do marketing e da comunicação, uma grande equação: de um dia para o outro, o essencial sobrepôs-se ao excesso e voltámos a encontrar aquele olhar, que nos guiou pela infância, esvaziado de todas as camadas de (não) sentido que damos às coisas enquanto adultos, ou enquanto marketeers na ávida procura de prestígio, visibilidade e sucesso para marcas, produtos, projetos e pessoas.
Evolução do Marketing e dos Marketeers
Nesta transformação, esse olhar abriu caminho para uma nova direção, relacionando diretamente as várias necessidades reais da nossa existência. A necessidade de comer e de alguém nos trazer as compras à porta de casa, a necessidade de termos à nossa volta uma rede social real que nos fortalece, mesmo quando estamos isolados, a necessidade de nos aproximarmos e esbatermos as diferenças entre as pessoas independentemente da sua etnia, orientação sexual, idade ou proveniência porque num contexto de risco, de medo, de constante gestão da perda, estamos todos no mesmo barco: o barco da sobrevivência.
De Marketeers a Marketivistas
Nós que vivemos para influenciar, persuadir, aproximar, relacionar; nós que temos nas mãos um 5.º poder que atua em todas as esferas da vida humana com uma eficácia extrema, temos um papel fundamental a cumprir: sermos marketivistas.
Os marketivistas são nada mais nada menos pessoas que imprimem em tudo o que fazem um compromisso de honra, uma missão, que vai muito para além das necessidades imediatas do seu trabalho, carregando os seus valores e ideais em tudo o que tocam, em tudo o que pensam, e na forma como agem.
Conclusão
Sendo nós os que pensam com as marcas as missões, visões, brandings, rebrandings, reposicionamentos, targets e storytellings, sendo as marcas detentoras de tanto poder e de uma capacidade de transmissão de informação e de valores quase inatingível por outros atores da sociedade, os marketivistas podem acelerar a transformação social, ambiental e cívica, o call to action da nossa década, mais do que nunca. Será possível ignorá-lo?
Nadia Sales Grade
Diretora da Wake Up! Comunicação | Lisbon
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