É verdade, trago para cima da mesa a sustentabilidade no marketing digital. Que nada tem a ver com a forma como o marketing digital pode potencializar ações sustentáveis para uma empresa.
Uma passagem rápida pelo feed deixa-nos embriagados de conteúdos repetitivos, com um nível de positividade quase tóxica. Páginas bonitas, bem trabalhadas, com mensagens tácitas, sim! Pouca verdade ou falta de identidade, diria que já chega.
No universo digital assiste-se frequentemente a uma perda de fôlego na comunicação das marcas, e muito se deve ao foco excessivo no número de likes e seguidores e à exploração exclusiva do que “corre bem”, como se o erro não fizesse parte do caminho.
O talento e a inspiração são bases sustentáveis também no marketing digital. Há que alimentá-las para que a criatividade não seja esmagada por métricas de análise de dados.
Para isso é preciso manter (ou criar) bons hábitos que, comprovadamente, geram grandes resultados.
Estimular a criatividade
Manter a criatividade em alta é um exercício diário, que facilmente colocamos na última linha da agenda. Mas um dos maiores especialistas mundiais dedicado aos estudo de hábitos, James Clear, concluiu que as grandes mudanças surgem do efeito combinado de centenas de pequenos atos – seja praticar journaling todos os dias ou acordar cinco minutos mais cedo. A Psicologia e a Neurociência apoiam esta premissa.
Deixo algumas dicas aqui. O segredo é praticar!
1. Exercício físico. O exercício físico, para algumas pessoas, ajuda a estimular a criatividade. Há evidências científicas de que pessoas fisicamente ativas são mais criativas e produtivas do que as que levam um estilo de vida sedentário;
2. Viajar, conhecer novas culturas e lugares. Há sempre formas diferentes de servir um simples café. Longe da rotina absorvemos a informação de outra forma e a imaginação flui.
3. Ler. Ler muito. Ler temas que não estejam relacionados apenas com a área de exercício profissional ou interesses que já conhecemos quais são. Isso eleva-nos a forma de pensar, ativa novos gatilhos mentais, o que me leva ao ponto seguinte.
4. Rodeie-se de pessoas mais cultas que você. Seja numa reunião informal, em lazer, seja em workshops ou um café virtual com novos círculos sociais. Porque não? Não tenha receio de ser a pessoa que acompanha menos o assunto da reunião. Você está numa sessão intensiva de conhecimentos, como se observasse uma chuva de estrelas. Renda-se ao processo de observação e apanhe o máximo de estrelas que conseguir.
Certamente, no dia seguinte, vai dar por si numa livraria à procura de mais informações.
O propósito
Saber onde estamos, a dado momento, embrenhados na rotina de trabalho, pode ser um verdadeiro desafio. O melhor indicador da falta de rumo é a diminuição da criatividade. Nessa direção, o propósito pessoal, e por conseguinte, o da marca, vai obliterando. E isso sente-se na comunicação da marca.
Nesse momento o melhor é parar. Ouvir-se. Localizar-se. E enraizar-se um pouco mais. Chama-se crescimento.
O propósito pessoal motiva-nos no trabalho e impulsiona para o alinhamento com os valores da marca que representamos.
Há algumas ferramentas que ajudam no processo de auto-conhecimento. O método Ikigai, por exemplo, recomendo. O incremento deste exercício resulta na humanização daquilo que fazemos. Portanto, super-recomendo!
Esta ferramenta oriental é composta por quatro círculos que se sobrepõem:
1. O que amo fazer – é a motivação mais profunda; aquilo que faria se não precisasse de dinheiro.
2. O que posso fazer bem – esta secção aproxima-se da vocação, quais são os meus pontos fortes;
3. O que posso ser pago para fazer – é a secção mais realista de onde poderia trabalhar com base nas reflexões anteriores;
4. O que o mundo precisa – reflete qual a minha missão e de que forma é possível agregar valor social, ajudar os outros.
Na intersecção principal – onde a paixão, a missão, a profissão e a vocação se encontram -, está o ikigai que traduz a razão de ser: o propósito.
Pode não ser um exercício simples mas é reflexivo e enriquecedor.
Onde começa a minha marca?
Criatividade e propósito (re)carregados, agora basta (re)começar.
A dado momento da minha vida, a descrição de perfil deixou de ser a profissão, cargo ou nome da organização, e passou a ter os papéis que abraço: “Mum & Boss”. Nesta fase sinto que me define e isso é o que importa.
Não há dúvidas: a marca começa em nós mesmos.
Podemos ter o comburente e o combustível mas a reação só acontece se houver calor, o nosso calor. E é aqui que observo com satisfação a forma como empreeendedores, de todos os tamanhos, contam com o aconselhamento de profissionais de marketing para apoiar desde a fase de ignição da marca. É importante discutir as nossas ideias e estratégias de comunicação com estes profissionais, mostrar como somos de verdade, para que a marca passe a transmitir a nossa identidade. Esse caminho não precisa (nem deve, diria eu) ser feito sozinho. Deixo aqui um excelente contacto de consultoria em marketing digital, experimentem! ?
A verdade é que você é o protagonista do seu produto. É “A” marca. Mude e reinvente-se sempre que sentir necessário. Só não deixe que a criatividade adormeça.
Bianca Jonas
Just a pharmacist, Digital marketing lover, Moved by design&creativity
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